Jorge Fernandes

Kurika – exposição 2021

A história da revista KURIKA (nome de um leão existente no Jardim Zoológico de Maputo nos anos 40), de Banda Desenhada para jovens, mistura-se com a história de Moçambique e tem início em 1952, ainda na colonial Lourenço Marques, sendo Manuel Machado da Graça, farmacêutico, o director.

Vinte anos mais tarde, o seu filho João Machado da Graça seguia os interesses do pai. Grande fã e colecionador de BD, o jornalista foi também editor e argumentista de várias obras de Banda Desenhada, tanto em Portugal (um dos fundadores da Revista Visão nos anos 70), como em Moçambique.  Em 1987 iniciou como Director a publicação da 2ª série do Kurika, propriedade do Jornal Notícias. De início semanal, 16 págs, impresso em papel de jornal, formato A4 e capa a 2 cores, com histórias em continuação, passou a partir do 2º ano para a versão mensal, 64 págs, e com histórias completas. Manteve-se com esse formato até ao seu desaparecimento em 1992. Muitas das obras publicadas no Kurika eram estrangeiras, mas várias nacionais foram também dadas a conhecer ao público.

A Kulungwana e o Projecto KURIKA pretendem contribuir para registar a história desta Revista de Banda Desenhada Moçambicana, homenagear os editores – ambos Machado da Graça, filantropos que dedicaram a sua vida às artes, ao conhecimento e à educação – e convocar os artistas moçambicanos dedicados à B. D. a participar no novo renascer do KURIKA (revista) nesta segunda década do nosso milénio, tão conturbada e a precisar de sentido de humor crítico e conhecedor da realidade Moçambicana.